quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Sr. José Joaquim Fernandes Ribeiro


Acho que a melhor maneira de começar este blog é tentar recuperar a memória do patriarca da minha família na rua Babilônia: Sr. José Joaquim Fernandes Ribeiro, meu bisavô, pai do meu avô Abílio, por sua vez, pai da minha mãe Maria da Glória


Sr. José Joaquim nasceu em Parada de Aguiar, Vila Pouca de Aguiar, Vila Real, Portugal, em 26 de setembro de 1888. Filho de Manuel Joaquim Fernandes da Silva (em algumas certidões aparecem o sobrenome Ricote, há alguns descendentes deles até hoje em Parada) e Maria da Glória Lourenço Ribeiro (há fortes indícios que seus pais tenham vindo para o Brasil, mas sem provas documentais por enquanto). Casou em 06 de agosto de 1910, na Paróquia de Soutello de Aguiar com Sra. Maria Deolinda Pires dos Santos e tiveram três filhos: António, João e Abílio.
Veio para o Brasil em 1920 deixando esposa e filhos em Portugal e começou a trabalhar com construção civil e carpintaria. Há um prédio no Catumbi que, segundo meu pai, foi construído por ele (vou postar foto assim que passar por lá). Aqui constituiu família casando-se com Maria Olivia Mesquita, enfermeira do hospital Pedro Ernesto. Em janeiro de 1929 recebeu os dois filhos mais velhos (António e João), após separação com a Sra. Maria Deolinda, ficando ela e meu avô Abílio, este por motivos de saúde, em Portugal. Eles viriam para o Brasil em diferentes épocas, anos mais tarde.
Junto à sua esposa brasileira, adquiriram as casas 15 e 16 do nº 45 de propriedade de João Octavio Mendes e João Ferreira Viveiros (representado por Maria Carlota Xavier), respectivamente, em 1934.
Após o falecimento da sua esposa Maria Olívia em 22 de outubro de 1955, recebeu seu filho Abílio em 1958 (a esta altura, já era a segunda vez dele no Brasil, agora viera acompanhando da família, entre eles, minha mãe), e sua ex-esposa (não tenho registro da sua vinda), com quem viveria até 21 de julho de 1960 aos 72 anos, com a chegada da sua morte por neoplasia pulmonar.
Algumas curiosidades sobre o Sr. José Joaquim:
(1) embora nem tivesse o primário completo, era um excelente construtor de casas. Meu tio João (seu neto) uma vez contou que um dia lá no Catumbi, fiscais do governo foram verificar a obra em andamento. E foram logo perguntando: “ó patrício, que tipo de ferro vc usou nesta obra? Qual a composição de cimento foi usada? Como foi feita a fundação?..., etc.” O “patrício” deu uma verdadeira aula de engenharia nos fiscais e eles não conseguiram multá-lo, embora tivesse que regularizar a obra. Isso foi lá pelos idos da década de 1940. 
(2) Havia uma forte ligação entre a família do Sr. José Joaquim e a família da D. Lola, ex-moradora da casa 8. Ele até batizou um dos sobrinhos dela, apelidado de Moreno, irmão do Betinho. Conheci-os muito bem, eram muito simáticos com nossa família.
(3) Provavelmente meu avô Abílio aprendeu os segredos da carpintaria com ele, ainda em Portugal. A história do vô Abílio segue em outra postagem.
(4) Ainda me lembro dos objetos guardados no quarto dos fundos da minha casa que pertenceram ao Sr. José Joaquim: um baú de madeira, objetos de carpintaria (entre eles, uma furadeira manual, que tenho até hoje), um rádio de madeira, e umas moedas datadas de 1922.
(5) Ele costumava “brincar” com meu tio Zé, à época ainda uma criança, pedindo a ele que olhase bem os seus olhos, depois de uma boa tragada de cigarro. Segundo ele, a fumaça ia sair por seus olhos. Enquanto isso, ele dava uma bela de uma estocada no braço do meu tio com a ponta de cigarro... sinistro!
(6) Em seu testamento, constam os nomes dos seguintes moradores do nº 45 c/ 11 como testemunhas: Amilcar dos Santos Morais (motorista); Candido Teixeira dos Santos (motorista); e Adriano Gonçalves (barbeiro)
(7) Finalmente, ainda preciso saber mais sobre a história de possíveis irmãos de Sr. José Joaquim – tínhamos um primo em Araruama, infelizmente já falecido, que era primo do meu avô Abílio. É provável que o pai dele, Sr. Alfredo Ribeiro, fosse um dos irmãos do Sr. José Joaquim.
Manelzinho (André Ribeiro) 

Um comentário:

  1. Oi André, olha eu mais uma vez aqui no Blog,com respeito ao meu avô José Joaquim teu bisavô ele não construiu somente o predio citado mas também o predio que pertenceu ao Sr. Francisco que já faleceu também nosso parente o teu pai pode te dar informação a respeito disso.
    Quanto ao moreno afilhado não era filho de Dona.Lola e sim sobrinho a filha chama-se Suely.
    Quanto ao cigarro na verdade que eu saiba ele não encostava a parte acesa mas o outro lado ha ha ha.
    PS:eu não sei porque aparece o nome do João Pedro.
    Um abraço João Ribeiro

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