quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Moradores da Vila nº 45 da Rua Babilônia - Ago/1941

Me deparei com este documento datado de 1941, intimando as pessoas a fazerem melhorias na vila (naquela época, com 20 casas). Para melhor visualização, clique no documento e dêem zoom (para quem usa o Mozila como navegador, é só clicar simultaneamente em "ctrl" e "+"). Vejam o lado direito os nomes.
Braga, veja teu bisavô João Pavão Braga! Proprietário das casas XVIII e XIV.
Braga, quem era Maria Lopes Braga, proprietária das casas V e VI? Me lembro da minha mãe falando que vcs tinham parentesco com o pessoal que mora na casa VI atualmente (pais do Renato e Reinaldo).
Seria a D. Maria E. Costa e Silva a Dona Buruca, esposa do Sr. Lindinho?
Várias perguntas...
Para facilitar, coloco aqui a lista de proproetários, tal como aparece no documento:
José Passos Bouças — Rua Babilonia n. 45. casa I
João Pereira Guimarães, rua Babilónia n. 15, casa III,
José Passo: Boticas, rua Babilônia n. 15. casa II
José Passos Bouças, rua Babilônia u. 45, casa IV
Maria Lopos Braga,
rua Babilônia n. 15, casaV
Maria Lopes Braga, rua da Babilónia n. 45, casa VI
Manoel Joaquim Dias, rua da Babilônia n. 15, casa VII.
Joaquim Maria Pires, rua da Babilônia n. 45, casa VIII.
Joaquim alaria Pires, rua da Babilónia ii. 45, casa IX.
Manoel Joaquim Dias, rua da Babilónia n. 15, casa X.
Joaquim Maria Pires, rua da Babilônia n. 45, casa XI
João Gomes, rua da Babilónia n. 45. casa XII.
João Pavão Braga, rua da Babilônia, 45. casa XIII.
João Pavão
Braga, rua da Babilónia n. 15, casa XIV.
José Joaquim Ribeiro Fernandes, rua da Babilónia n. 55, casa
XV.
Maria Olívia Mesquita. rua da Babilônia n. 15, casa XVI.
Maria E. Costa e Silva, rua da Babilônia n. 45, casa XVII.
Maria E. Costa e Silva. rua Babilônia n. 45. casa XVIII.-
José Paes Campos, rua da Babilônia n. 45, casa XIX.
José Paes de Campos, rua da Babilónia n. 15, casa XX.
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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Sr. José Joaquim Fernandes Ribeiro


Acho que a melhor maneira de começar este blog é tentar recuperar a memória do patriarca da minha família na rua Babilônia: Sr. José Joaquim Fernandes Ribeiro, meu bisavô, pai do meu avô Abílio, por sua vez, pai da minha mãe Maria da Glória


Sr. José Joaquim nasceu em Parada de Aguiar, Vila Pouca de Aguiar, Vila Real, Portugal, em 26 de setembro de 1888. Filho de Manuel Joaquim Fernandes da Silva (em algumas certidões aparecem o sobrenome Ricote, há alguns descendentes deles até hoje em Parada) e Maria da Glória Lourenço Ribeiro (há fortes indícios que seus pais tenham vindo para o Brasil, mas sem provas documentais por enquanto). Casou em 06 de agosto de 1910, na Paróquia de Soutello de Aguiar com Sra. Maria Deolinda Pires dos Santos e tiveram três filhos: António, João e Abílio.
Veio para o Brasil em 1920 deixando esposa e filhos em Portugal e começou a trabalhar com construção civil e carpintaria. Há um prédio no Catumbi que, segundo meu pai, foi construído por ele (vou postar foto assim que passar por lá). Aqui constituiu família casando-se com Maria Olivia Mesquita, enfermeira do hospital Pedro Ernesto. Em janeiro de 1929 recebeu os dois filhos mais velhos (António e João), após separação com a Sra. Maria Deolinda, ficando ela e meu avô Abílio, este por motivos de saúde, em Portugal. Eles viriam para o Brasil em diferentes épocas, anos mais tarde.
Junto à sua esposa brasileira, adquiriram as casas 15 e 16 do nº 45 de propriedade de João Octavio Mendes e João Ferreira Viveiros (representado por Maria Carlota Xavier), respectivamente, em 1934.
Após o falecimento da sua esposa Maria Olívia em 22 de outubro de 1955, recebeu seu filho Abílio em 1958 (a esta altura, já era a segunda vez dele no Brasil, agora viera acompanhando da família, entre eles, minha mãe), e sua ex-esposa (não tenho registro da sua vinda), com quem viveria até 21 de julho de 1960 aos 72 anos, com a chegada da sua morte por neoplasia pulmonar.
Algumas curiosidades sobre o Sr. José Joaquim:
(1) embora nem tivesse o primário completo, era um excelente construtor de casas. Meu tio João (seu neto) uma vez contou que um dia lá no Catumbi, fiscais do governo foram verificar a obra em andamento. E foram logo perguntando: “ó patrício, que tipo de ferro vc usou nesta obra? Qual a composição de cimento foi usada? Como foi feita a fundação?..., etc.” O “patrício” deu uma verdadeira aula de engenharia nos fiscais e eles não conseguiram multá-lo, embora tivesse que regularizar a obra. Isso foi lá pelos idos da década de 1940. 
(2) Havia uma forte ligação entre a família do Sr. José Joaquim e a família da D. Lola, ex-moradora da casa 8. Ele até batizou um dos sobrinhos dela, apelidado de Moreno, irmão do Betinho. Conheci-os muito bem, eram muito simáticos com nossa família.
(3) Provavelmente meu avô Abílio aprendeu os segredos da carpintaria com ele, ainda em Portugal. A história do vô Abílio segue em outra postagem.
(4) Ainda me lembro dos objetos guardados no quarto dos fundos da minha casa que pertenceram ao Sr. José Joaquim: um baú de madeira, objetos de carpintaria (entre eles, uma furadeira manual, que tenho até hoje), um rádio de madeira, e umas moedas datadas de 1922.
(5) Ele costumava “brincar” com meu tio Zé, à época ainda uma criança, pedindo a ele que olhase bem os seus olhos, depois de uma boa tragada de cigarro. Segundo ele, a fumaça ia sair por seus olhos. Enquanto isso, ele dava uma bela de uma estocada no braço do meu tio com a ponta de cigarro... sinistro!
(6) Em seu testamento, constam os nomes dos seguintes moradores do nº 45 c/ 11 como testemunhas: Amilcar dos Santos Morais (motorista); Candido Teixeira dos Santos (motorista); e Adriano Gonçalves (barbeiro)
(7) Finalmente, ainda preciso saber mais sobre a história de possíveis irmãos de Sr. José Joaquim – tínhamos um primo em Araruama, infelizmente já falecido, que era primo do meu avô Abílio. É provável que o pai dele, Sr. Alfredo Ribeiro, fosse um dos irmãos do Sr. José Joaquim.
Manelzinho (André Ribeiro) 

Apresentação

Olá a todos! Tenho o prazer de apresentar a todos o novo blog da Rua Babilônia, a rua mais charmosa da Tijuca. Inspirei-me no blog criado pelo meu primo Chico lá em Portugal  sobre a sua cidade natal,   Parada de Aguiar 
(http://paradadocorgo.blogs.sapo.pt/). Mas não é apenas pelo seu charme que este blog foi criado. A rua Babilônia foi palco das mais ilustres histórias e gerações que ali passaram. Este blog vem assim atender dois propósitos centrais: o primeiro deles é registrar fatos e acontecimentos ocorridos no passado (alguns deles bastante distantes) na rua Babilônia. Pretendo entrevistar pessoas que vivem nesta rua há décadas e pesquisar documentos históricos que ajudem a recuperar a memória da Babilônia. Não será um trabalho trivial, tendo em vista a dificuldade na localização de tais documentos, na localização das pessoas e, até mesmo, o tempo escasso das pessoas envolvidas com o blog. Mas prometo fazê-lo com muito carinho e com a dedicação que for possível, tentando trazer aqui sempre os fatos de forma mais clara e isenta possível. 
O segundo propósito deste blog é compartilhar esta experiência com todas as pessoas interessadas na história da Babilônia. Acho que de nada adiantaria o esforço na condução das pesquisas e entrevistas se esses não fossem disponibilizados ao público de forma geral. Sob este aspecto, peço a todos aqueles que visitarem este blog e que possam contribuir com comentários, correções e informações complementares que assim o façam, de forma a garantir qualidade e fidedignidade à descrição das histórias que aqui se farão presentes. Por outro lado, não serão aceitas manifestações que não sejam de cunho histórico e relacionadas de alguma forma à histórica da Babilônia: questões políticas, religiosas e ideológicas, mesmo colocadas de forma respeitosa, serão desconsideradas aqui. Outra questão: mesmo não se tratando de um trabalho com fins lucrativos, o que exigiria entrar no circuito jurídico dos direitos autorais, o bom senso sempre prevalecerá. Ou seja, caso alguém se sinta incomodado ou ofendido como conteúdo aqui postado, basta comunicar o fato que, imediatamente, tal conteúdo será retirado.
É isso! Tenho vários materiais e fotos aqui disponíveis e várias conversas já iniciadas. Vou postando aqui os textos na medida em que for compilando e redigindo as informações. E aguardo contribuições de todos vocês.
Pelos 78 anos de Babilônia da família Ribeiro, pelos 47 anos da família Oliveira, pelos meus 29 anos (bem) vividos no nº 45 c/16, e pelas demais famílias e suas histórias, damos início aos trabalhos. E aguardo o pronunciamento de todos!
Manelzinho (André Ribeiro